Minha história começa no interior da Paraíba, entre cadernos escritos à mão, uma família simples e mulheres que sempre acreditaram no poder transformador da educação.

Cresci achando que seria professora, inspirada pela minha avó — que mesmo vindo da zona rural e mãe de 17 filhos, formou-se e fez pós-graduação — e pela minha mãe, que repetia:
“Case com os livros.”

​

A medicina entrou na minha vida cedo, de forma intensa. Aos 14 anos, meu pai recebeu o diagnóstico de um câncer agressivo. Vivemos cuidado e acolhimento, mas também frieza, desamparo e falsas promessas.

 

Ali aprendi algo que carrego até hoje: A medicina deve ser lugar de verdade, ciência e humanidade.

​

Perdi meu pai aos 16. No mesmo ano, entre dor e coragem, entrei na faculdade de enfermagem. Foi na enfermagem que descobri o sentido profundo do cuidar: mesmo quando não há mais cura, sempre existe cuidado.

Aprendi ciência, pesquisa, escuta e presença. Vi a potência do nascer e também a realidade da violência obstétrica. E foi ali, no último ano da graduação, que me permiti sonhar novamente: estudar medicina.

​

Com disciplina e fé, fui aprovada em seis universidades federais. Escolhi a UFPB, segui para a residência em Ginecologia e Obstetrícia na Unicamp/SP, concluí meu mestrado e hoje curso doutorado em Tocoginecologia.

​

Meu cuidado nasce dessa trajetória.
Da menina do interior que viu a vulnerabilidade de perto.
Da profissional que acredita na autonomia feminina, na medicina baseada em evidências e no parto verdadeiramente humanizado — com protagonismo, respeito e presença real.

​

Hoje, cada mulher que atendo e cada família que acompanho
é parte da realização desse sonho e do propósito que me move: cuidar com ciência, empatia e verdade - do início ao fim das histórias femininas.